domingo, 31 de março de 2013

Origem molecular da vida...

A detecção de açúcar no espaço e as pistas sobre a origem molecular da vida


Utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), astrônomos detectaram moléculas de glicoaldeído, no gás que circunda uma estrela binária jovem, com massa semelhante ao Sol, chamada IRAS 16293-2422. A estrela IRAS 16293-2422 situa-se a cerca de 400 anos-luz de distância, relativamente próxima da Terra, o que a torna num excelente alvo para os astrônomos que estudam as moléculas e a química em torno de estrelas jovens.
O glicoaldeído (HCOCH2OH) é o açúcar mais simples, e o primeiro intermediário do produto da reação que começa com formaldeído (H2CO) e conduz à formação (catalisada) de açúcares e finalmente a ribose, a espinha dorsal do RNA. A presença de glicolaldeído é, portanto, uma importante indicação de que os processos que conduzem à moléculas biologicamente relevantes estão ocorrendo.
As nuvens de gás e poeira que colapsam para formar novas estrelas são extremamente frias, e muitos gases solidificam sob a forma de gelo sobre as partículas de poeira, onde seguidamente se juntam para formar moléculas mais complexas. Mas assim que uma estrela se forma no meio de uma nuvem de gás e poeira em rotação, esta aquece as regiões internas da nuvem para cerca de uma temperatura ambiente, evaporando as moléculas quimicamente complexas e formando gases que emitem uma radiação característica em ondas rádio, ondas estas que podem ser mapeadas com a ajuda de potentes rádio telescópios, como o ALMA.
O glicoaldeído já tinha sido observado anteriormente no espaço interestelar. No ano de 2000, ele foi detectado em uma grande nuvem de gás e poeira cerca de 26.000 anos-luz de distância, perto do centro da nossa galáxia, e no ano de 2008 foi detectado em uma região de formação estelar longe do centro galáctico e também a aproximadamente a 26.000 anos-luz da Terra. Mas no ano de 2012 foi a primeira vez que é descoberto tão perto de uma estrela do tipo solar, a distâncias comparáveis à distância de Urano ao Sol, no Sistema Solar. Esta descoberta mostra que alguns dos componentes químicos necessários à vida existiam neste sistema na altura da formação planetária.
A formação do glicoaldeído e de outras moléculas prébiótica e as pistas sobre a origem molecular da vida (gráfico): 
1 - O material impulsionado de uma região de formação estelar ativa colide com uma nuvem interestelar próxima, provocando choque frontal.
2 - Átomos e moléculas pequenas revestem a superfície e são incorporados no interior de pequenos grãos de poeira na nuvem interestelar. A alta energia do choque gera reações químicas que produzem moléculas como o glicoaldeído.
3 - O choque também fornece energia para liberar algumas moléculas dos grãos e ejetar essas moléculas envolta do gás.
4 - Essas condições de choques e formações de moléculas podem existir em sistemas solares, que ainda estão em formação. As moléculas pré-bióticas, como glicoaldeído podem ser formadas em regiões exteriores da nuvem desses jovens sistemas planetários.
5 - Cometas também se formam nas regiões exteriores das nuvens e mais depois perto da órbita da estrela central do sistema planetário. Cometas podem colidir com planetas jovens, ou os planetas podem passar através da cauda do cometa. De qualquer forma as moléculas prébióticas formadas carregadas e depositadas por cometas podem ser depositadas nos planetas, dando a estrela o encabeçamento para o processo de formação da vida.

Referências: 
JORGENSEN. J. K, et al. Detection of the simplest sugar, glycolaldehyde, in a solar-type protostar with ALMA. Disponível em: http://arxiv.org/pdf/1208.5498v1.pdf

Fonte: 
http://www.facebook.com/DaOrigemDaVida

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