Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe divulga nova lista de incidência de raios no Brasil (Elat)
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Ranking de cidades com mais raios
02/05/2011
Agência FAPESP – O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), concluiu o novo
ranking de incidência de raios nos municípios pertencentes aos estados
cobertos pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas no
biênio 2009-2010.
De acordo com o Elat, os dados reforçam pesquisas anteriores que indicam
que grandes centros urbanos tendem a intensificar a ocorrência de
tempestades.
Para toda a área monitorada, que engloba os estados do Sul, Sudeste e
parte do Centro-Oeste do país, a incidência de raios no último biênio se
manteve estável em relação aos biênios anteriores, com variações
inferiores a 5%. Entretanto, considerando somente as cidades acima de
200 mil habitantes – que possuem maior urbanização – houve um aumento de
11% em relação à média dos dois últimos biênios.
“Tanto essas cidades têm mais tempestades, quanto elas estão, também,
cada vez mais intensas, e a urbanização pode ser apontada como uma das
principais responsáveis", disse o coordenador do Elat, Osmar Pinto
Júnior.
Os resultados apontam que, em 2009-2010, os dez municípios com maior
incidência estão localizados na região metropolitana de São Paulo e no
sul do estado do Rio de Janeiro – com exceção de Belford Roxo.
“A presença das cidades do sul do Rio de Janeiro entre os dez municípios
de maior incidência de raios se deve às características locais de
relevo”, explicou Pinto Júnior.
A cidade fluminense de Porto Real aparece em primeiro lugar no ranking
geral, com uma densidade de 27 raios por quilômetro quadrado por ano,
seguida por São Caetano do Sul, em São Paulo, com 23 raios por
quilômetro quadrado por ano.
“A ocorrência de tempestades possui uma variação espacial muito grande
e, por isso, municípios menores têm maior chance de apresentar altos
valores de densidade”, afirmou o pesquisador.
Em cidades grandes – com mais de 900 km2 – o máximo de aumento
registrado foi de 97%. Já os municípios menores do que 100 km2 sofreram
aumentos de densidade que chegaram a 320% no último biênio quando
comparado com a média dos dois anos anteriores. Em São Paulo, o aumento
foi de 42%.
O novo ranking foi feito com base em dados corrigidos pelo modelo de
eficiência da rede denominado MED4, recém-desenvolvido pelo grupo, que é
um dos mais precisos existentes no mundo para correção de dados de
redes de detecção. O MED4 permite corrigir diariamente os dados da rede
em função da intensidade das descargas que ocorrem numa determinada
região.
O modelo é mais robusto que as versões anteriores utilizadas nos
rankings de 2005-2006 e 2007-2008. “Os novos dados de densidade de raios
são ainda mais confiáveis com o uso do modelo desenvolvido pelo Elat”,
disse Pinto Júnior.
De acordo com ele, os resultados encontrados podem contribuir
diretamente com a prevenção e proteção, assim como gerar informações
úteis para o setor elétrico e, consequentemente, para a sociedade.
O novo ranking está disponível em www.inpe.br/elat, no link “Ranking de Municípios”.
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