segunda-feira, 28 de março de 2011

Nióbio - um elemento químico de muita utilidade...

Nossas Perdas Internacionais com Nióbio
Artigo no Alerta Totalhttp://www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão

No Brasil, muitos servidores públicos são muito mal pagos e, mesmo assim, cumprem sua missão essencial para a Nação. Mas, neste mesmo País, alguns funcionários muito bem pagos para servir à Pátria se corrompem e praticam a omissão. Um dos mais escandalosos exemplos de omissão oficial, entre tantos outros, é o descaminho e o subfaturamento do nióbio brasileiro.

O Brasil detém quase a totalidade das reservas mundiais deste mineral estratégico. O metal é explorado em Araxá (MG), Catalão (GO), Ouvidor (GO) e Presidente Figueiredo (AM). O nióbio em Minas Gerais, onde existe a maior reserva em exploração, é comercializado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. Já as minas de Catalão e Ouvidor são exploradas pela Anglo American of South Africa, estrangeira 100%. A exploração da columbita da mina de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo (AM) está a cargo da Mineração Taboca, empresa do Grupo Paranapanema.

Quase 100% do nióbio comercializado no mundo é brasileiro. Mas não ditamos o preço, nem nosso País se beneficia do mineral como deveria. Estima-se que percamos US$ 100 bilhões por ano com o descaminho ou comercialização subfaturada do metal – muitas vezes exportado, sem que as estatísticas registrem, em meio a toneladas de minério de ferro bruto.

Nosso nióbio é essencial para a humanidade – que dele depende. O Nb tem elasticidade e flexibilidade que o tornam moldável. É um agente anti-corrosivo. Resiste aos ácidos mais agressivos. Mesmo submetido a elevadas temperaturas, oferece alta resistência à combustão. A baixas temperaturas se converte em supercondutor. É essencial na indústria nuclear. Suas ligas são usadas na fabricação de magnetos para tomógrafos de ressonância magnética.

Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes. Na indústria do petróleo, serve para compor ligas de aço destinadas ao fabrico de tubos para condução de líquidos, desde água até petróleo. Também serve para fabricar cerâmicas eletrônicas, em lentes para câmeras, jóias e até artigos de beleza.

Na indústria aeronáutica, o nióbio é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes. O trem bala, tão sonhado pela presidenta Dilma Rousseff, depende do nióbio em vários processos de sua montagem e implantação. Se a Dilma não sabe, está na hora de se ligar no nióbio. Os militares podem até lhe dar uma aula sobre o tema que tem importância globalitária.

A exploração dos minerais raros do Brasil é uma das preocupações estratégicas da Oligarquia Financeira Transnacional – que controla o mundo e as maiores empresas transnacionais. Agora, o esquema globalitário acaba de formalizar mais um ilusionismo empresarial, para forjar a impressão de que o caso do oligopólio do nióbio não é tão preocupante assim – como andam pensando muitos militares esclarecidos.

Um consórcio do Japão e da Koreia do Sul, incluindo as empresas Japan's Nippon Steel and South Korea's Posco and National Pension Service (NPS), acaba de divulgar mundialmente que pagará US$ 1.95 bilhão por 15% das ações da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. A CBMM passa por constantes alterações no capital social. Tempos atrás, tinha o capital dividido entre o "Grupo Moreira Sales e a Molybdenium Corporation - Molycorp, subsidiária da Union Oil, empresa do grupo Occidental Petroleum – Oxxi.

A CBMM explora as minas de nióbio em Araxá. Faz isto junto com a Companhia de Mineração de Minas Gerais - COMIG, uma última “estatal”. Só que as duas empresas criaram uma terceira empresa, a Companhia Mineradora de Pirocloro da Araxá - COMIPA, para lavrar, com exclusividade, os minérios de nióbio existentes no município de Araxá, que são destinados ao estabelecimento metalúrgico da primeira empresa.

O fato gravíssimo e criminoso é denunciado pelo grupo de estudos União Nacionalista Democrática (UND). Nossos governos nunca coibiram o subfaturamento ou o descaminho nas exportações de Nióbio. O prejuízo anual médio, para a economia brasileira, é de 100 bilhões de dólares. Desde 1996 já são 1,4 trilhão e quatrocentos bilhões de dólares. Há que dar um basta nessa sangria.

Esse verdadeiro crime de lesa-pátria apenas confirma o maldito conceito de que o Brasil, desde que foi descoberto. Somos uma rica colônia de exploração, mantida artificialmente na miséria e no subdesenvolvimento, para servir de estratégica plataforma de exportação de recursos (financeiros, naturais e até humanos).

Eis a realidade para qual precisamos acordar e mudar o conceito. Enquanto ainda dá tempo... As riquezas do Brasil podem e devem servir ao mundo, mas antes devem servir para bancar o desenvolvimento brasileiro. Por isso, brasileiros têm o dever de conhecer, abaixo, o trabalho de patriotas como Adriano Benayon, Antônio Ribas Paiva, Roberto Gama e Silva e Ronaldo Schlichting – que há anos vêm denunciando o questão do nióbio, sem que os governos nada façam. Os artigos por eles escritos reproduzimos abaixo.

Até quando vamos suportar, impunemente, nossas perdas internacionais com o Nióbio?

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