Aplicações
Papel biológico
Os
aminoácidos cisteína,
metionina homocisteína e
taurina contém enxofre, formando as
pontes de dissulfeto entre os
polipeptídeos, ligação de grande importância para a formação das estruturas espaciais das
proteínas. É constituinte de algumas
vitaminas, participando na síntese do
colágeno, neutraliza os tóxicos e ajuda o
fígado na secreção da
bílis. É encontrado em legumes como aspargos, alhos-poró, alhos, cebolas, também em pescados, queijos e gema de ovos; diferentemente do inorgânico, o enxofre dos alimentos não é tóxico e seu excesso é eliminado pela
urina: a sua deficiência retarda o crescimento.
História
O enxofre (do latím sulphur, -ŭris) é conhecido desde a antiguidade. No século IX a.C. Homero já recomendava evitar a pestilência do enxofre.
Abundância e obtenção
O enxofre é o 16º elemento em ordem de abundância, constituindo 0,034% em peso na
crosta terrestre, é encontrado em grandes quantidades na forma de sulfetos (
galena) e de sulfatos (
gesso). Na forma nativa é encontrado junto a fontes termais, zonas vulcânicas e em minas de
cinábrio,
galena,
esfalerita e
estibina. É extraído pelo
processo Frasch, processo responsável por 23% da produção, que consiste em injetar vapor de água superaquecido para fundir o enxofre, que posteriormente é bombeado para o exterior utilizando-se ar comprimido.
Também está presente, em pequenas quantidades, em
combustíveis fósseis como
carvão e
petróleo, cuja combustão produz
dióxido de enxofre que combinado a água resulta na
chuva ácida, por isso, a legislação de alguns países exige a redução do conteúdo de enxofre nos combustíveis. Este enxofre, depois de refinado, constitui um porcentual importante do total produzido mundialmente. Também é extraído do
gás natural que contém sulfeto de hidrogênio que, uma vez separado, é queimado para a produção do enxofre:
2 H2S + O2 2 S + 2 H2OA coloração variada de
Io, a lua vulcânica de
Júpiter se deve a presença de diferentes formas de enxofre no estado líquido, sólido e gasoso. O enxofre também é encontrado em vários tipos de
meteoritose, acredita-se que a mancha escura que se observa próximo a cratera
lunar Aristarco deva ser um depósito de enxofre.
Isótopos
Se conhecem 18
isótopos do enxofre, quatro dos quais são estáveis: S-32 (95,02%), S-33 (0,75%), S-34 (4,21%) e S-36 (0,02%). O S-35, formado a partir da incidência da
radiação cósmica sobre o
Argônio-40 atmosférico tem uma
vida média de 87 dias, os demais isótopos radiativos são de vida curta.
Precauções
O
dissulfeto de carbono, o
sulfeto de hidrogénio, e o
dióxido de enxofre devem ser manuseados com cautela. Além de ser bastante tóxico (mais que o
cianureto), o dióxido de enxofre reage com a água da atmosfera produzindo a chuva ácida, e em altas concentrações reage com a água dos pulmões formando ácido sulfuroso que provoca hemorragias, enchendo os pulmões de sangue com a consequente asfixia. O
sulfeto de hidrogénio é muito fétido, mesmo em baixas concentrações. Quando a concentração aumenta o sentido do olfato rapidamente se satura
desaparecendo o odor, passando despercebida a sua presença no ar, deixando as vitimas expostas aos seus efeitos, possivelmente letais.
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário