Colisão recorde de prótons inicia experiência para decifrar Big Bang
O gigantesco acelerador de partículas batizado de Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), criado para simular um Big Bang, bateu um novo recorde nesta terça-feira ao colidir feixes gerando uma energia sem precedentes.
A complexa máquina operada por cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (Cern, na sigla em inglês) conseguiram gerar uma energia de 7 TeV (trilhões de eletronvolts), um nível 3,5 vezes maior do que o alcançado até hoje com um acelerador de partículas.
A façanha, realizada em um laboratório subterrâneo na fronteira entre a Suíça e a França, marca o início de um período de 18 a 24 meses de investigação que pode levar à descoberta de novas leis fundamentais da física.
Cientistas do Cern comemoraram com muitos aplausos na sala de controle assim que as primeiras colisões foram confirmadas.
Novas percepções
Os cientistas esperam que o estudo traga novas percepções sobre a natureza do Cosmos e sua formação.
Dois feixes de prótons estavam circulando em direções opostas no túnel desde 19 de março. Depois de alcançar estabilidade, os feixes tiveram suas trajetórias cruzadas para a colisão.
O evento de 7 Tev, que ocorreu às 13h00 (08h00 em Brasília), foi o com maior nível de energia já produzido em um acelerador de partícula.
Mas os cientistas alertam que levará tempo para analisar a informação reunida com o impacto das partículas sub-atômicas e que não se deve esperar resultados imediatos.
"As principais descobertas acontecerão somente quando formos capazes de coletar bilhões de eventos e identificar entre eles raros eventos que podem apresentar um novo estado da matéria ou novas partículas", afirmou Guido Tonelli, porta-voz do LHC.
"Isto não acontecerá amanhã. Serão precisos meses e anos de trabalho paciente", disse Tonelli à BBC.
O LHC é o maior e mais complexo instrumento científico já construído. Alojado em um túnel quase-circular de 27 quilômetros de comprimento na fronteira entre a França e a Suíça, o LHC vai provocar a colisão de partículas viajando a uma velocidade próxima à velocidade da luz.
A liberação maciça de energia causada pelo choque das partículas simularia as condições após a explosão que deu origem ao universo.
A expectativa é de que fenômenos antes nunca vistos sejam revelados. Um dos objetivos é encontrar a partícula Bóson de Higgs, tida como chave para explicar a origem da massa.
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